quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Rigor Mortis
O amor é morto.
A esperança é morta.
A fé é morta.
A caridade é morta.
A prudência é morta.
A gratidão é morta.
A fortaleza é morta.
A paixão é morta.
A temperança é morta.
A alma é morta.
A vida é morta.
Calou-se a vida,
Porque lhe sepultaram o corpo.
Apagou-se a chama,
Porque a terra lhe cortou o ar.
Estupidificou-se a existência,
Porque se lhe cortaram as vísceras.
Perpetuamente,
Ser sem jamais poder ser.
Definitivamente,
Um mero ensaio sem pausa, nem refrão.
Paulatinamente,
Corpo que se espelha em imagens com apagão.
Sem alma,
A vida é morta.
Toquem os sinos a defunto,
Quando a vida se transformar em nada,
Em simples corpo sem alma,
Sem Existência nem Vivência
Nem a Consciência
Que nem viver se sabe viver.
A vida é morta
Quando tudo apodrece,
De dentro para fora e
De fora para dentro, e,
Depois, enterra-se, morta.
Não há forças para Renascer.
A vida é morta quando
A existência e a felicidade
E a caracterização e o sorriso
E o humor e a tristeza
Estiverem amarrados a um cubículo qualquer.
A vida é morta.
Primeiro em pé.
A seguir no chão. Depois,
Em Rigor Mortis.
Toquem os sinos a defunto!
Há milhões de vidas mortas!
Luís Gonçalves Ferreira
1-Set.-2009
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Obrigado pela estima e por ser merecedor. E é assim que nos alimentamos, crescemos e aprendemos. :)
ResponderExcluirForte abraço.
Realmente é preciso aprender viver, que texto plausivel.. Parabéns na escolha!!! Luiz Gonçalves, sem palavras!!
ResponderExcluirO espaço está totalmente aberto. A suas obras aqui apenas enriquece e eleva o nível... Mais uma vez, Obrigado!
ResponderExcluirAbraço.
aiaiai! Adoro todo esse conhecimento poético!
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